As doenças cardíacas são responsáveis por imenso dano na população. Estima-se que um a cada 10 brasileiros sofra com algum tipo de descompasso do coração. Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, a doença é responsável por 320 mil mortes súbitas no Brasil.
por ano no Brasil. Para minizar esse números, entre outros tratamentos, dispositivos cardíacos implantáveis são disponibilizados pela medicina como recursos para prolongar a vida dos pacientes, aumentar o bem estar e evitar mortes súbitas.
Os principais tipos de dispositivos médicos implantáveis para tratamento de doenças cardíacas são:
- Marcapasos: ajudam a regular os batimentos cardíacos lentos, ou bradicardia
Cardiodesfibrilador implantável (CDI): ajudam a prevenir a morte súbita cardíaca.
Ressincronizador cardíaco (TRC): ajudam a melhorar o bombeamento do coração
Além das diferenças acima, estes dispositivos apresentam outras características que fazem a distinção entre si. Continue a leitura conosco para saber mais.
Marcapasso
O marcapasso é mais conhecido. Ele é indicado quando o paciente tem bradicardia, isto é, um coração que bate de forma mais lenta do que deveria ou em casos em que é necessário uso de algumas medicações para aumentar a sobrevida do paciente, mas essas mediações baixam demais os batimentos.
Quando o coração bate muito devagar, a pessoa pode sentir tontura, falta de ar, falta de energia e ter desmaios e o médico irá avaliar os sintomas e as condições de saúde do paciente antes de indicar o marcapasso.
Ele é composto por uma bateria, um circuito eletrônico e um ou dois eletrodos.
O marcapasso é implantado por baixo da pele e envia sinais elétricos ao coração, o que faz com que o músculo bata mais rápido, ou evitando que a frequência cardíaca baixe demais, reduzindo os sintomas do paciente.
Os pacientes que podem se beneficiar deste tratamento são:
– Pacientes com sintomas de insuficiência cardíaca apesar da medicação (falta de ar, cansaço, fraqueza, inchume das pernas e da barriga, perda de apetite e depressão);
– Músculo cardíaco fraco e aumentado;
– Um retardo na condução do sistema elétrico dos átrios para os ventrículos.
Cardiodesfibrilador – CDI
O cardiodesfibrilador implantável, conhecido pela sigla CDI, também é um dispositivo que ajuda o coração a manter os batimentos regulares, bombeando o sangue por todo o corpo.
Ele é indicado pelo cardiologista em alguns casos graves de insuficiência cardíaca e algumas doenças cardíacas congênitas. Quem já sofreu uma parada cardíaca por arritmia e se recuperou também pode se beneficiar muito com a implantação de um CDI.
O principal objetivo do CDI é evitar a morte súbita realizando estímulos para reverter possível arritmia
O CDI é indicado aos pacientes que apresentam um quadro de insuficiência cardíaca mais grave, principalmente quando este já possui em seu histórico casos de infarto ou doença de chagas, bem como para pacientes com características individuais ou familiares de alto risco de morte súbita cardíaca e doenças relacionadas como doença arterial coronariana (DAC) em 80% dos casos; cardiomiopatia dilatada idiopática (15%).
O CDI consegue abortar uma morte súbita através dos seus choques, fazendo o coração voltar ao seu ritmo normal. Ele consegue detectar tais situações a partir da leitura do ritmo do coração. Assim, detectando as falhas cardíacas graves, de modo automático e interno.
Existem algumas diferenças entre a atuação do CDI e do marcapasso convencional no corpo dos pacientes. Ao contrário do marcapasso, o CDI não precisa ser trocado com tanta frequência, pois age por demanda. Enquanto o marcapasso é constante em seu funcionamento, o CDI age ao detectar uma falha cardíaca no corpo do paciente.
Ressincronizador
O ressincronizador cardíaco também é um dispositivo implantável e a terapia que utiliza este aparelho é conhecida como TRC (terapia de ressincronização cardíaca).
Indicada para pacientes que sofrem com insuficiência cardíaca grave, a TRC age enviando sinais elétricos para sincronizar as batidas do coração, melhorando o bombeamento do sangue e a oxigenação de todo o corpo.
Um paciente que sofre com insuficiência cardíaca grave sente falta de ar, inchaço nas pernas e pés, falta de energia, tosse frequente, confusão mental e até mesmo falta de memória. Para eles, a TRC diminui os sintomas e melhora a qualidade de vida.
A síndrome de insuficiência cardíaca (IC) representa importante problema de saúde pública, acarretando elevada morbimortalidade. Cerca de 25 a 50% destes pacientes apresentam distúrbios de condução intraventricular, mais comumente o bloqueio de ramo esquerdo (BRE). A TRC por meio da estimulação biventricular surgiu como eficiente terapêutica na redução da dissincronia e melhora clínica em pacientes com IC avançada refratária à terapêutica medicamentosa otimizada.
Assim como os outros dispositivos, o CRT é implantado e possui eletrodos conectados ao coração. Ele é composto por uma bateria, um circuito eletrônico e três eletrodos. Os eletrodos são inseridos no coração através de veias, e o circuito eletrônico sincroniza os batimentos do átrio e do ventrículo.
A diferença é que o CRT emite impulsos elétricos para sincronizar as contrações do ventrículo esquerdo e direito, melhorando a eficiência do bombeamento cardíaco.
O CRT é frequentemente combinado com a função de marcapasso, e alguns dispositivos são conhecidos como “marcapasso cardíaco com ressincronização” (CRT-P) ou “cardiodesfibrilador com ressincronização” (CRT-D), dependendo se têm ou não a capacidade de administrar choques para tratar arritmias graves.
Em resumo, enquanto o marcapasso convencional trata principalmente a bradicardia, o cardiodesfibrilador é capaz de lidar com arritmias ventriculares mais graves, e o ressincronizador cardíaco é focado na otimização da coordenação contrátil em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva e dissincronia ventricular.
Fontes: